Os governos locais estão a passar por uma transformação histórica. Desafiados por mudanças políticos, sociais, económicos e demográficos, os governos locais foram forçados a operar dentro de uma ampla gama de estruturas formais ou informais de troca e produção com outras agências governamentais em diferentes níveis - central, regional e local -, concessionárias privatizadas, empresas privadas, organizações voluntárias e grupos de interesse. Isso envolve o início de negociações complexas, a partilha e a entrega coletiva de serviços e a obtenção de acordos ao longo do tempo. Assim, os arranjos de governança local dependem do sucesso dos esforços de coordenação, da sua capacidade de governança e de melhorar a sua legitimidade e sua ancoragem democrática.

Caraterizar essas três dimensões em todo o espectro de arranjos de governança local torna-se, portanto, de grande importância. Por um lado, essas podem ser as variáveis ​​que explicam o sucesso dos esforços de governança local. No entanto, reconhecer o funcionamento interno dos arranjos de governança local é crucial para garantir o apoio dos cidadãos. O melhor desempenho dos arranjos de governança local pode ter uma influência positiva sobre os cidadãos para que tenham uma orientação territorial que se estenda além de suas próprias fronteiras municipais.

Nesse contexto, este projeto de investigação visa abordar dois objetivos de investigação inter-relacionados. Em primeiro lugar, procura mapear o amplo espectro de arranjos de governança local, com foco em alianças esporádicas tanto institucionalizadas quanto informais, em todos os domínios de políticas. Em segundo lugar, visa reconhecer o funcionamento das redes de governança local em termos de coordenação, capacidade e responsabilidade.

Esses dois objetivos requerem dois objetivos operacionais adicionais. Primeiro, desenvolver um conjunto de ferramentas conceituais sistemáticas que possa ser usado para avaliar e medir exaustivamente três dimensões de interesse. Em segundo lugar, o projeto apresenta uma avaliação comparativa - analisando não só a variação entre países, mas também dentro de cada nação - para testar a validade externa do conjunto de ferramentas conceituais. Essa análise fornecerá informações importantes quanto às variáveis ​​necessárias para garantir o sucesso dessas novas formas de deliberação e prestação de serviços.